domingo, 13 de setembro de 2015

Elismar Santos : Meu livro preferido.

Escritor Elismar Santos

MEU LIVRO PREFERIDO

Foi por um destes dias Agostino, enquanto eu tomava meu café com pão de queijo e requeijão, sentado à varanda da minha casa, observando os transeuntes, que a pequena criança, de supetão, lançou-me a pergunta:
- Professor, qual livro o senhor mais gostou de ler?
Não tive tempo para pensar. Com os olhos arregalados, as sardas ornando-lhe o rosto redondo, os lábios ávidos por uma nova pergunta, talvez esperasse que eu lhe dissesse sobre um livro brasileiro, quiçá, algum da Série Vaga-lume ou o Sítio do Lobato.
Sempre fui nacionalista, no que tange à Literatura. Não gosto exacerbadamente das obras americanas e da inglesa ou francesa atenho-me a umas e outras obras. É verdade que gosto de Victor Hugo, Flaubert e Balzac, mas prefiro viajar pela zona cacaueira de Jorge Amado, pela mineirice de Drummond, pelo pessimismo de Bandeira. Ainda assim, seria óbvio falar de alguma obra brasileira, ademais, nenhuma delas me veio à mente.
Se me fosse dado um tempo para pensar, certamente, dentre os brasileiros, ainda ficaria entre “Grande Sertão, Veredas”, de João Guimarães Rosa e “Olhai os Lírios do Campo”, de Érico Veríssimo. Mas, não sei se seria justo escolher entre ambas apenas uma. Lembrei-me, então, do único livro que li por três vezes, sempre com o mesmo prazer (as duas anteriores li apenas duas vezes, embora sempre de forma aprazível). E respondi, então:
- Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Márquez.

- E ele é brasileiro?

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