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Escritor Elismar Santos |
MEU LIVRO PREFERIDO
Foi por um destes dias Agostino, enquanto eu tomava meu café com
pão de queijo e requeijão, sentado à varanda da minha casa, observando os
transeuntes, que a pequena criança, de supetão, lançou-me a pergunta:
- Professor, qual livro o senhor mais gostou de ler?
Não tive tempo para pensar. Com os olhos arregalados, as sardas
ornando-lhe o rosto redondo, os lábios ávidos por uma nova pergunta, talvez
esperasse que eu lhe dissesse sobre um livro brasileiro, quiçá, algum da Série
Vaga-lume ou o Sítio do Lobato.
Sempre fui nacionalista, no que tange à Literatura. Não gosto
exacerbadamente das obras americanas e da inglesa ou francesa atenho-me a umas
e outras obras. É verdade que gosto de Victor Hugo, Flaubert e Balzac, mas
prefiro viajar pela zona cacaueira de Jorge Amado, pela mineirice de Drummond,
pelo pessimismo de Bandeira. Ainda assim, seria óbvio falar de alguma obra
brasileira, ademais, nenhuma delas me veio à mente.
Se me fosse dado um tempo para pensar, certamente, dentre os
brasileiros, ainda ficaria entre “Grande Sertão, Veredas”, de João Guimarães
Rosa e “Olhai os Lírios do Campo”, de Érico Veríssimo. Mas, não sei se seria
justo escolher entre ambas apenas uma. Lembrei-me, então, do único livro que li
por três vezes, sempre com o mesmo prazer (as duas anteriores li apenas duas
vezes, embora sempre de forma aprazível). E respondi, então:
- Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Márquez.
- E ele é brasileiro?
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