1ª parte: ARMÊNIA
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Em Barcelona-Espanha vive a tradutora Maranhense Maria Angélica Carneiro |
O mês de setembro/2019 estava terminando e eu pedindo a Deus que em outubro
fizesse bom tempo pela região do Cáucaso, mais exatamente na Armênia e na Geórgia,
lugares programados para visitar naquele mês. Onde moro, no sul da Europa,
outubro/novembro são meses maravilhosos para viajar pela temperatura, em geral,
mas como é lógico, fiz minhas pesquisas para ver como estaria por lá e tinha
bons augúrios.
Qual não foi minha surpresa e chegando ao meu destino constatei que
realmente era o que eu esperava como temperatura e pelo ar que se respirava. As previsões foram confirmadas positivamente.
Bom, comecei o passeio pela Armênia, um país que sempre quis conhecer
(tinha curiosidade) e, mais ainda, por amigos daí que me contavam um pouco da
historia e por ler lido algum livro sobre a historia deles. Fez parte da antiga
União Soviética e isso é possível constatar em muitas coisas, mas sem tirar a
essência do que eles são e representam.
Realmente...... uma bela surpresa em muitas coisas! O povo muito
acolhedor e simpático, facilidade de comunicação apesar dos idiomas falados por
eles, que são (logicamente) o armênio e o russo, idiomas que não falo. Mas, com
o inglês e boa vontade, dá para fazer tudo o que se deseja fazer, mas, também levei
um mini-dicionário russo, o que não está nada mal. E, como tem sempre alguém
que fala outro idioma, seja os do lugar ou algum outro turista, isso é
maravilhoso e mostra o poder da comunicação e de sabermos alguns idiomas a
mais. Neste caso, foi o francês.
Em matéria de culinária não tive surpresas em relação a pratos que
fossem diferentes, pois a cozinha deles é bem parecida à turca, à libanesa, à
síria, etc. com suas semelhanças e poucas diferenças, tudo era perfeitamente
comestível. Estes países são vizinhos da Armênia, portanto.... Por ex. o
“dolma”, é o equivalente, ao nosso “charuto”, carnes no espeto, kebabs, e
também, é recomendável provar a “ghapama” abóbora recheada e a “basturma” que é
carne de res, bem temperada e um pouco picante, defumada e seca ao ar livre por
15 dias: vale à pena!
Outra coisa que observei é que, pela vizinhança, tem muitos libaneses e
sírios, que são de origem armênia, os quais, conheci na Espanha e na França E,
em Yerevan, também vi gente desses países, morando por lá.
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Monte Ararat Armênia |
RELIGIOSIDADE
Tenho que dizer que no primeiro passeio que fiz passamos pelo Monte
Ararat, de longe, e fiquei fascinada não somente pelo que ele representa na
historia da crença católica, mas em especial para o povo armênio. Entretanto, não
se pode chegar nem perto, seja do lado da Turquia e menos, ainda, do lado da
Armênia (haja vista o famoso conflito entre eles e a atitude da Turquia,
negando tudo e fechando fronteiras, justamente aí, deixando o Monte para o lado
turco); sem falar no genocídio não reconhecido por muitos países, mas também
reconhecido por outros, incluindo o nosso Brasil, causando um enorme êxodo e
imigração/fuga de armênios para outros lugares/países. Incrível!
O centro da cidade de Yerevan tem muita atividade como cidade e tem,
também, uma arquitetura bonita, apesar da influência da arquitetura da época
soviética que comandou muita coisa, incluindo esse estilo arquitetônico, já que
em muitos desses países, os quais visitei, constatei que havia edifícios
construídos seguindo a mesma linha arquitetônica. Imaginem....parecia
figurino repetido. Até hoje penso nisso e não entendo o por quê......
Coisas da mentalidade “soviética/comunista”.
Hoje em dia, estes edifícios permanecem, mas também foram construídos
outros bastante modernos e a cidade está bem adaptada aos novos tempos.
A moeda é o dram armênio e 1 Euro vale 532,46 drams. O custo de vida é
barato: comer, beber, passeios e hospedagens são relativamente baratos sendo
que há coisas bem baratas e outras um pouco menos, porém, o resultado é ótimo
para a economia de quem viaja. Fazer câmbio é muito fácil: nos bancos em seus
horários abertos.
Quando dizem que este é o país dos mosteiros, podem acreditar. Sais de
um e entras em outro e não estão muito longe um do outro. Eles são “apostólicos”, pois tem rituais um
pouco diferentes dos nossos católicos, porém com santos em comum e outros só
deles, e missas, também, um pouco diferentes. Não tem imagens, tipo estátuas, somente
retábulos, mas são de uma devoção incrível! Eu mesma comprovei no Brasil com
armênios imigrados e seus filhos: quanta religiosidade, incluindo, homens e
mulheres! Tudo isso me intrigava. Daí a curiosidade: comecei a ler sobre o
assunto e descobri a historia deles. Foram os primeiros a aceitar e fazer sua,
a religião cristã, naqueles tempos! Era o ano 301, minha gente!!!! Para eles,
tem uma importância enorme, tanto é que 95% professam o cristianismo
apostólico.
Mas, voltando às sensações da visita ao país, a Armênia é um país
antigo, mas, agora, adaptado ao mundo atual, não podemos perder o que tem para
oferecer, pois estão começando com o turismo. Seus monumentos são muito bonitos
e interessantes de ver e conhecer mais da história, ver palácios, com uma
arquitetura maravilhosa, visitar igrejas e museus, como o templo greco-romano
de Garni, a Catedral Etchmiadzin, mosteiro Khor Virap sem deixar de visitar a
Cascata de Yerevan, na capital....... original, linda e bem diferente!
Um dos museus a visitar e que não falte é o de especial menção: o Museu do
Genocídio, que conta a história de tudo o que aconteceu (1915) em função do que
queria a Turquia em relação a eles. É impressionante a documentação exposta
contando o que houve. Este museu está situado fora da cidade, mas pesando em
Erevan, está “ao lado” e realmente, não é muito longe. Em ônibus ou em táxi, mas
tem que saber antes o preço para não cobrarem a mais já que sempre tem alguém
que aproveita um pouco, mas lá não existe essa exploração do turista, não!
A praça principal é a Praça da Republica, onde estão os principais
prédios da Administração e também, o Museu de História e a Galeria Nacional. É
uma praça imensa, com uma arquitetura bem bonita e impressionante. As avenidas
principais são de estilo moderno com edifícios de construção recente, porém, as
ruas paralelas e transversais são mais ao estilo antigo de uma cidade daquela
região, não muito diferente de outras cidades européias menores. E, por isso
mesmo, muito acolhedoras. Disto, dou fé..... e, como rodei por aquelas ruas
menores, paralelas às principais, outras transversais, as de atrás, as do outro
lado, perto do centro, bairros mais longe do centro, porém com seu encanto e
mais, se havia algum monumento interessante, como a estação de trem magnífica
que conheci numa noite, no passeio do ônibus turístico e, depois fui visitá-la
durante o dia.....e assim, por diante. Sou daquele tipo que acha que se tenho
pernas é para andar e descobrir tudo o que esteja ou não, à vista, e com isso,
deleito-me. Falando de rodar, foi rodando por essas ruas que aconteceu um fato
inesperado: em um passeio a uns mosteiros/igrejas, conheci uma guia turística
acompanhando um grupo de hispano-americanos. Pedi o contato dela para indicá-la
como guia. Pois, para minha surpresa, dias depois, eu a encontrei numa dessas
ruas de Yerevan que estava rodando. Que alegria! Muito simpática e agora, estamos
sempre em contato. Também, ouvi gente falando português e chegando perto, era
um casal brasileiro que estava vindo da Geórgia para onde eu iria depois: super
legal! Adorei!
Os bares/restaurantes são muito legais e existem uns que fazem música à
noite, mas começam super cedo para nós, acostumados a começar os eventos às
22hs ou mais. Aí, tu estás passeando no maior sol, (lá são 2 horas mais que na
Espanha), às 19hs e podes ver, passando por um bar/restaurante, um cara
cantando super animado, com (às vezes, pouca) gente jantando ou tomando um
drink. Mais tarde, sim, mas seria às 20/21h para ter mais gente e sendo um fim
de semana.
Hospedar-se num hostel é a maior pedida, pois podes interagir com outros
hóspedes e o pessoal da recepção sempre é super amável e te ajuda muito; foi o
que aconteceu comigo. A piada da viagem é sobre este item e foi que,
normalmente, procuro saber se tem elevador ou não no alojamento e em que andar
fica. Realmente, não mencionavam, só que sabendo que eles te ajudam com as
malas não me preocupei muito pois já aconteceu em outros lugares; bom, mas só
que eles não colocaram em que andar estava......adivinhem onde estava?! No 6º
andar!!! Então, todos os dias, subia e descia umas 4 ou 5 vezes, 6 andares!!!
Ginástica é pouco: foi maratona com triathlon incluido! Mas, o pessoal me
ajudou bastante: foram geniais!
O turismo, neste país, ainda está por se desenvolver em muitas
situações, e estão avançando bastante, só que a espontaneidade vale muito e a
simpatia é um dom que eles têm e abrem os braços para receber os visitantes.
Daí que ficas prendada pelo país e com vontade de voltar.
Neste momento, vou continuar minha viagem em direção ao país vizinho, a Geórgia
e irei contando aqui, todos os momentos vividos e os lugares que fui
descobrindo no percurso indo por terra, em uma van....Foi demais....adorei!
Para mim não foi nem é novidade, pois em muitos países (dentro e para outros
países) me desloquei e bastante, por terra, em van, táxi, ônibus e trem Aventuras
maravilhosas.
Bom, nos veremos caminho a Tiblisi, Geórgia Até mais!
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