quarta-feira, 24 de junho de 2020

MARIA ANGÉLICA VISITA ARMÊNIA E GEORGIA


1ª parte: ARMÊNIA



Em Barcelona-Espanha vive a tradutora Maranhense Maria Angélica Carneiro 
O mês de setembro/2019 estava terminando e eu pedindo a Deus que em outubro fizesse bom tempo pela região do Cáucaso, mais exatamente na Armênia e na Geórgia, lugares programados para visitar naquele mês. Onde moro, no sul da Europa, outubro/novembro são meses maravilhosos para viajar pela temperatura, em geral, mas como é lógico, fiz minhas pesquisas para ver como estaria por lá e tinha bons augúrios.
Qual não foi minha surpresa e chegando ao meu destino constatei que realmente era o que eu esperava como temperatura e pelo ar que se respirava.  As previsões foram confirmadas positivamente. 

Bom, comecei o passeio pela Armênia, um país que sempre quis conhecer (tinha curiosidade) e, mais ainda, por amigos daí que me contavam um pouco da historia e por ler lido algum livro sobre a historia deles. Fez parte da antiga União Soviética e isso é possível constatar em muitas coisas, mas sem tirar a essência do que eles são e representam.

Realmente...... uma bela surpresa em muitas coisas! O povo muito acolhedor e simpático, facilidade de comunicação apesar dos idiomas falados por eles, que são (logicamente) o armênio e o russo, idiomas que não falo. Mas, com o inglês e boa vontade, dá para fazer tudo o que se deseja fazer, mas, também levei um mini-dicionário russo, o que não está nada mal. E, como tem sempre alguém que fala outro idioma, seja os do lugar ou algum outro turista, isso é maravilhoso e mostra o poder da comunicação e de sabermos alguns idiomas a mais. Neste caso, foi o francês. 

Em matéria de culinária não tive surpresas em relação a pratos que fossem diferentes, pois a cozinha deles é bem parecida à turca, à libanesa, à síria, etc. com suas semelhanças e poucas diferenças, tudo era perfeitamente comestível. Estes países são vizinhos da Armênia, portanto.... Por ex. o “dolma”, é o equivalente, ao nosso “charuto”, carnes no espeto, kebabs, e também, é recomendável provar a “ghapama” abóbora recheada e a “basturma” que é carne de res, bem temperada e um pouco picante, defumada e seca ao ar livre por 15 dias: vale à pena!


Outra coisa que observei é que, pela vizinhança, tem muitos libaneses e sírios, que são de origem armênia, os quais, conheci na Espanha e na França E, em Yerevan, também vi gente desses países, morando por lá. 
Monte Ararat Armênia
Quanto a girar pela cidade, este é um país pequeno em extensão e as cidades, também não são tão grandes que não se possam fazer passeios a pé, apesar de que tem ônibus turístico em Yerevan e os transportes urbanos funcionam bem. Fiz muitas caminhadas rodando à vontade, entrando aqui e ali, por onde achava que tinha algo para ver, para visitar, enfim, para conhecer. Tudo era um “segredo” para mim, pois ao conhecer um pouco dessa historia/cultura, tinha muita curiosidade por ver tudo aquilo que o passeio pudesse proporcionar e quem sabe, ter alguma bela surpresa, o que sempre acontece!



RELIGIOSIDADE
Tenho que dizer que no primeiro passeio que fiz passamos pelo Monte Ararat, de longe, e fiquei fascinada não somente pelo que ele representa na historia da crença católica, mas em especial para o povo armênio. Entretanto, não se pode chegar nem perto, seja do lado da Turquia e menos, ainda, do lado da Armênia (haja vista o famoso conflito entre eles e a atitude da Turquia, negando tudo e fechando fronteiras, justamente aí, deixando o Monte para o lado turco); sem falar no genocídio não reconhecido por muitos países, mas também reconhecido por outros, incluindo o nosso Brasil, causando um enorme êxodo e imigração/fuga de armênios para outros lugares/países. Incrível! 



O centro da cidade de Yerevan tem muita atividade como cidade e tem, também, uma arquitetura bonita, apesar da influência da arquitetura da época soviética que comandou muita coisa, incluindo esse estilo arquitetônico, já que em muitos desses países, os quais visitei, constatei que havia edifícios construídos seguindo a mesma linha arquitetônica. Imaginem....parecia figurino repetido. Até hoje penso nisso e não entendo o por quê...... Coisas da mentalidade “soviética/comunista”.

Hoje em dia, estes edifícios permanecem, mas também foram construídos outros bastante modernos e a cidade está bem adaptada aos novos tempos.
A moeda é o dram armênio e 1 Euro vale 532,46 drams. O custo de vida é barato: comer, beber, passeios e hospedagens são relativamente baratos sendo que há coisas bem baratas e outras um pouco menos, porém, o resultado é ótimo para a economia de quem viaja. Fazer câmbio é muito fácil: nos bancos em seus horários abertos.

Quando dizem que este é o país dos mosteiros, podem acreditar. Sais de um e entras em outro e não estão muito longe um do outro.  Eles são “apostólicos”, pois tem rituais um pouco diferentes dos nossos católicos, porém com santos em comum e outros só deles, e missas, também, um pouco diferentes. Não tem imagens, tipo estátuas, somente retábulos, mas são de uma devoção incrível! Eu mesma comprovei no Brasil com armênios imigrados e seus filhos: quanta religiosidade, incluindo, homens e mulheres! Tudo isso me intrigava. Daí a curiosidade: comecei a ler sobre o assunto e descobri a historia deles. Foram os primeiros a aceitar e fazer sua, a religião cristã, naqueles tempos! Era o ano 301, minha gente!!!! Para eles, tem uma importância enorme, tanto é que 95% professam o cristianismo apostólico. 

Mas, voltando às sensações da visita ao país, a Armênia é um país antigo, mas, agora, adaptado ao mundo atual, não podemos perder o que tem para oferecer, pois estão começando com o turismo. Seus monumentos são muito bonitos e interessantes de ver e conhecer mais da história, ver palácios, com uma arquitetura maravilhosa, visitar igrejas e museus, como o templo greco-romano de Garni, a Catedral Etchmiadzin, mosteiro Khor Virap sem deixar de visitar a Cascata de Yerevan, na capital....... original, linda e bem diferente!


Um dos museus a visitar e que não falte é o de especial menção: o Museu do Genocídio, que conta a história de tudo o que aconteceu (1915) em função do que queria a Turquia em relação a eles. É impressionante a documentação exposta contando o que houve. Este museu está situado fora da cidade, mas pesando em Erevan, está “ao lado” e realmente, não é muito longe. Em ônibus ou em táxi, mas tem que saber antes o preço para não cobrarem a mais já que sempre tem alguém que aproveita um pouco, mas lá não existe essa exploração do turista, não!


A praça principal é a Praça da Republica, onde estão os principais prédios da Administração e também, o Museu de História e a Galeria Nacional. É uma praça imensa, com uma arquitetura bem bonita e impressionante. As avenidas principais são de estilo moderno com edifícios de construção recente, porém, as ruas paralelas e transversais são mais ao estilo antigo de uma cidade daquela região, não muito diferente de outras cidades européias menores. E, por isso mesmo, muito acolhedoras. Disto, dou fé..... e, como rodei por aquelas ruas menores, paralelas às principais, outras transversais, as de atrás, as do outro lado, perto do centro, bairros mais longe do centro, porém com seu encanto e mais, se havia algum monumento interessante, como a estação de trem magnífica que conheci numa noite, no passeio do ônibus turístico e, depois fui visitá-la durante o dia.....e assim, por diante. Sou daquele tipo que acha que se tenho pernas é para andar e descobrir tudo o que esteja ou não, à vista, e com isso, deleito-me. Falando de rodar, foi rodando por essas ruas que aconteceu um fato inesperado: em um passeio a uns mosteiros/igrejas, conheci uma guia turística acompanhando um grupo de hispano-americanos. Pedi o contato dela para indicá-la como guia. Pois, para minha surpresa, dias depois, eu a encontrei numa dessas ruas de Yerevan que estava rodando. Que alegria! Muito simpática e agora, estamos sempre em contato. Também, ouvi gente falando português e chegando perto, era um casal brasileiro que estava vindo da Geórgia para onde eu iria depois: super legal! Adorei!

Os bares/restaurantes são muito legais e existem uns que fazem música à noite, mas começam super cedo para nós, acostumados a começar os eventos às 22hs ou mais. Aí, tu estás passeando no maior sol, (lá são 2 horas mais que na Espanha), às 19hs e podes ver, passando por um bar/restaurante, um cara cantando super animado, com (às vezes, pouca) gente jantando ou tomando um drink. Mais tarde, sim, mas seria às 20/21h para ter mais gente e sendo um fim de semana.


Hospedar-se num hostel é a maior pedida, pois podes interagir com outros hóspedes e o pessoal da recepção sempre é super amável e te ajuda muito; foi o que aconteceu comigo. A piada da viagem é sobre este item e foi que, normalmente, procuro saber se tem elevador ou não no alojamento e em que andar fica. Realmente, não mencionavam, só que sabendo que eles te ajudam com as malas não me preocupei muito pois já aconteceu em outros lugares; bom, mas só que eles não colocaram em que andar estava......adivinhem onde estava?! No 6º andar!!! Então, todos os dias, subia e descia umas 4 ou 5 vezes, 6 andares!!! Ginástica é pouco: foi maratona com triathlon incluido! Mas, o pessoal me ajudou bastante: foram geniais! 

O turismo, neste país, ainda está por se desenvolver em muitas situações, e estão avançando bastante, só que a espontaneidade vale muito e a simpatia é um dom que eles têm e abrem os braços para receber os visitantes. Daí que ficas prendada pelo país e com vontade de voltar.



Neste momento, vou continuar minha viagem em direção ao país vizinho, a Geórgia e irei contando aqui, todos os momentos vividos e os lugares que fui descobrindo no percurso indo por terra, em uma van....Foi demais....adorei! Para mim não foi nem é novidade, pois em muitos países (dentro e para outros países) me desloquei e bastante, por terra, em van, táxi, ônibus e trem Aventuras maravilhosas. 
Bom, nos veremos caminho a Tiblisi, Geórgia Até mais!







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