terça-feira, 11 de agosto de 2015

PRINCIPAIS PROBLEMAS QUE ACOMETEM A PRÓSTATA





ENTREVISTA – PRIMEIRA PARTE
PRINCIPAIS PROBLEMAS QUE ACOMETEM A PRÓSTATA
Dr. Miguel Srougi é médico, professor de Urologia na Escola Paulista de Medicina da UNIFESP, Universidade Federal de São Paulo. É autor do livro “Próstata: Isso É Com Você”, lançado pela Publifolha e dirigido ao público leigo.
A próstata é uma glândula que tem o tamanho aproximado de uma castanha e produz o líquido espermático ou esperma, substância que contêm nutrientes e serve de veículo para os espermatozoides chegarem até o óvulo. Ela se localiza muito perto da bexiga, um órgão muscular que se distende à medida que a urina se acumula em seu interior. Da bexiga sai a uretra, um canal longo que atravessa a próstata e o pênis até ganhar o meio exterior. A proximidade entre esses órgãos faz com que qualquer problema que afete a próstata acabe repercutindo na bexiga e na uretra.
Hiperplasia e câncer de próstata são patologias freqüentes na vida adulta do homem. A hiperplasia caracteriza-se pela multiplicação benigna das células prostáticas. Quando isso acontece, o aumento da próstata comprime bexiga e uretra e provoca dois sintomas. O primeiro é a dificuldade para urinar. A pessoa é obrigada a fazer esforço para vencer a passagem comprometida pela compressão da glândula, o jato urinário fica mais fino e perde a potência. O segundo é a redução da capacidade de a bexiga reter urina. Quem tem hiperplasia de próstata urina com maior freqüência, especialmente à noite o que pode comprometer a qualidade do sono.
A hiperplasia é uma lesão benigna. Já no câncer de próstata, as células prostáticas perdem a inibição, crescem e invadem os tecidos vizinhos.  O câncer é um processo maligno que traz consigo uma série de outros problemas.
 – Como funciona a próstata no decorrer da vida do homem?
Miguel Srougi – A próstata é uma glândula que se situa na saída da bexiga e produz esperma, o líquido que transporta os espermatozoides até o meio exterior. Por isso, ela tem uma função biológica relevante na fase reprodutora do homem, naquela em que quer ter filhos. A partir dos 40 anos de idade, seu papel se transforma. Ela passa a ser um órgão indesejável por causa do crescimento benigno que ocorre em 80%, 90% dos homens adultos. Esse crescimento não provoca complicações mais sérias, mas prejudica a qualidade de vida em razão do aparecimento de transtornos para urinar.
– Não é um curioso um órgão que vai perdendo a função, em vez de atrofiar, ir aumentando de tamanho? Por que a próstata hipertrofia com a idade?
Miguel Srougi – São coisas que a natureza criou e que talvez nem a teoria evolucionista explique. É possível que nossos irmãos do futuro até percam a próstata após a fase reprodutora, mas por enquanto ela causa transtornos aos homens. Infelizmente, além do crescimento benigno, é sede de um câncer muito comum. Um terço dos tumores que se originam no organismo do homem parte da próstata. Essa alta prevalência torna a glândula bastante inconveniente e gera problemas que preocupam os médicos e a respeito dos quais a população masculina está começando a tomar consciência.
 – Em que fase da vida começa a ocorrer a hiperplasia, ou seja, o aumento benigno do volume da próstata?
Miguel Srougi – Ela se inicia por volta dos 40 anos. Por isso, a partir dos 50 começam a surgir problemas urinários em 80%, 90% dos homens, como a dificuldade para expelir a urina e a necessidade de levantar várias vezes numa noite para ir ao banheiro. Embora esse quadro não tenha nenhuma implicação futura para o doente, prejudica sua qualidade de vida naquele momento.
 – Quais são os principais sintomas da hiperplasia?
Miguel Srougi – O sintoma prevalente é a perda da força do jato. Isso os homens toleram bem. O que mais os incomoda, no entanto, é o aumento da freqüência urinária porque compromete sua rotina de vida. O indivíduo é obrigado a sair mais de uma vez de uma reunião importante para ir ao banheiro, ou começa a acordar muito durante a noite para urinar e levanta cansado no outro dia.

( Esta entrevista continua na próxima edição do Jornal Tribuna Mineira)





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